Os judaizantes da atualidade: quem são eles?
Todo leitor da bíblia, aluno da escola dominical, e
estudante da teologia, sabe muito bem quem eram os judaizantes, e como eles
surgiram. Segundo o pastor Claudionor de Andrade os judaizantes faziam parte de
um “movimento surgido nas primeiras décadas
da Igreja Cristã, cujo objetivo era forçar os crentes gentios a observar a Lei
de Moisés. Na verdade, o que esse movimento pretendia era reduzir o
Cristianismo a uma mera seita judaica”.
E hoje? Ainda existe isso? Claro que sim! E logo mais,
explicarei quem são exatamente os judaizantes de nossa contemporaneidade
cristã. Mas antes disso, pretendo dar alguns esclarecimentos importantes sobre
esse assunto. Aconselho a todos lerem o capítulo 15 do livro de Atos dos
Apóstolos, a carta de Paulo escrita aos Gálatas, e a epístola anônima aos
Hebreus, para um melhor entendimento do contexto do assunto nos tempos da
igreja primitiva.
Considerações
iniciais
Como cristãos e participantes da Igreja de Cristo, temos que
ficar atentos sobre os fatos referentes a Israel: Notícias, histórias que
comprovam os fatos bíblicos, etc. Outrossim, temos que orar pelos Judeus, para
que conheçam a verdade (Que Jesus Cristo é o Messias prometido nos escritos do
Antigo Testamento, e que o cumprimento das profecias bíblicas do Antigo
Testamento, se cumprem, em o Novo Testamento). A bíblia é clara no livro dos
Salmos, sobre o papel de interceder e desejar o bem para Israel. No Salmo de
número 122 o versículo 6 diz o seguinte: Orai pela paz de Jerusalém! “Esta palavra (Paz) no uso bíblico quer
dizer: perfeição, plenitude, contemplação, e saúde, isto é, uma paz dinâmica e
frutífera”. Outra coisa, todo estudante de teologia, que estuda exegese,
hermenêutica, contextos históricos e literários das Escrituras Sagradas, tem
que estar atento a cultura do povo judeu, sua história, seus costumes, suas
festas, celebrações, etc.
Não é porque, Israel, tem uma importância histórica para o
povo Judeu, para a humanidade, e para a própria história do cristianismo, que
temos que exagerar na medida, e nos apegarmos ao extremo do legalismo, da
ignorância, e do fanatismo. Tanto os sacrifícios da Antiga Aliança, bem como as
comemorações e festas judaicas, eram somente sombras, e símbolos que apontavam
para a Nova Aliança. Portanto, temos que ficar com o que o Novo Testamento tem
a dizer sobre isso.
Quem são os judaizantes hoje em dia? Quais são suas
características? Quem são eles? Vejo pelo menos duas vertentes deste movimento
herético atualmente:
Os sincretistas e
místicos
Não se engane caro leitor! O movimento judaizante continua a
todo valor, tentando granjear mais adeptos e simpatizantes. É crescente o
número de supostas igrejas, ditas evangélicas e cristãs, que aderem a um
misticismo judaico e anticristão. Essas denominações eclesiásticas, no momento da
liturgia e do culto usam símbolos judaicos, danças, e todo tipo de atitudes
comportamentais que segundo eles mesmo dizem, estão adorando o único Deus, e
relembrando suas tradições, e raízes hebraicas. Já quero deixar claro, que as
viagens para Israel, são muito boas, mas somente para entendermos melhor as
histórias bíblicas. Israel não é a Terra Santa como diz o movimento judaizante
atual e contemporâneo. Outro ato estranho ao evangelho, e aos princípios da
palavra de Deus são os inúmeros batismos no rio Jordão. A bíblia é clara ao
afirmar que existe somente um batismo!
Enfim, o movimento judaizante atual, que permeia o
cristianismo contemporâneo é sincretista e místico também, fazendo associações
com o neo-pentecostalismo, e até mesmo com o ocultismo da cabala.
Teólogos e
intelectuais
Considero essa vertente do movimento judaizante atual a mais
perigosa, simplesmente pelo fato de ela estar relacionada com a instrução,
ensino, discipulado e aprendizado. Por mais que seja difícil, aconselho aos
leitores do meu blog, repassarem essas informações para o maior número de pessoas
possíveis, e principalmente para pastores e líderes cristãos.
Já debati com alguns “amigos” no facebook sobre a questão da
legitimidade dos escritos neotestamentários, que seguem essa heresia
judaizante, e por isso tenho um pouco de familiaridade sobre o assunto.
Uma das características principais dessa vertente, é
demonizar o Novo Testamento, e sua língua original, e dizer que o mesmo foi
escrito em aramaico. A ala da intelectualidade judaizante, quer pressupor que é
antijudaico dizer, ou ensinar que a língua original do NT é o grego koinê.
Segundo Oskar Skasaune:
“Não há nada de
antijudaico no fato do Novo Testamento ter sido escrito em grego. Pelo
contrário, escrever a mensagem de Jesus em hebraico ou aramaico significaria
restringi-la a um público por demais limitado constituído por falantes nativos
dessas línguas, o que seria contrário ao espirito do judaísmo de então” que
estava passando por mudanças por causa do processo de helenização do mundo.
Vemos nestes processos de mudança e helenização do mundo, os seguintes fatos,
no judaísmo do período entre o Antigo Testamento e Novo Testamento, que são
muito importantes para uma compreensão real dos fatos: Alexandre o grande, e o
triunfo do helenismo, a cidade helenística: a pólis, helenismo em Israel, um
novo conceito da Torá, o conceito de judaísmo em uma época de poucos ismos,
gregos em Israel, e a disseminação ativa do judaísmo e do cristianismo”.
Existem supostos teólogos, que querem ensinar isso. Mas com
uma análise do contexto linguístico dos tempos neotestamentários, e por causa
das descobertas arqueológicas, e também das inúmeras cópias dos escritos do
Novo Testamento em grego, sabemos muito bem que o argumento do movimento
judaizante atual é uma grande falácia, e uma grande mentira. Sites, blogs, e
páginas nas redes sociais existem aos montes, para instruírem novos adeptos
destes ensinos. Portanto, fica aqui meu alerta sobre essa conscientização.
Considerações finais
Um cristianismo judaizante atualmente está totalmente
errado! A teologia não dá amparo, e nem concorda com isso. Uma exegese dos
textos bíblicos interpreta esse movimento como errôneo. Historicamente, esse
movimento é incorreto e torce os fatos. E no que tange a uma questão
apologética, esse movimento é refutado como heresia. Portanto, que todos os
meus leitores possam meditar nessas informações, repassa-las para outros, e na
medida do possível, e dos meus limitados conhecimentos, estou à disposição para
ajudar e instruir quem desejar sair desse movimento.
Fontes: Dicionário Teológico, Claudionor Corrêa de Andrade,
CPAD, Página: 242.
Bíblia Shedd, Antigo e Novo Testamentos, Revista e
Atualizada, Segunda Edição, Edições Vida Nova.
A Sombra do Templo, As Influências do Judaísmo No
Cristianismo Primitivo, Editora Vida, Página: 36.
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